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O salario do dono

O salário do dono

Mensurar e controlar a remuneração mensal dos administradores protege o capital de giro do negócio

Originado da expressão em latim que significa “pelo trabalho”, o pró-labore é a remuneração que os empreendedores recebem pelas atividades que executam diariamente na administração dos negócios. Na prática, deve funcionar como uma espécie de salário e é importante que seja pago mensalmente para que os donos de pequenos negócios consigam manter seus gastos pessoais em dia sem recorrer ao caixa da empresa.

Essa prática saudável evita a perda do controle financeiro na gestão e o comprometimento do capital de giro, que é o montante necessário para que a empresa arque com suas obrigações, como o pagamento dos funcionários e fornecedores, o recolhimento de impostos e taxas, a compra de insumos e materiais e outros tipos de custos. No entanto, muitos empreendedores ainda têm dificuldade para saber como calcular seu pró-labore e manter a retirada em dia. A solução para esse problema está em utilizar as ferramentas de tecnologia para agilizar a gestão financeira.

Regulamentado pela legislação nacional, o pró-labore só é devido aos sócios designados no contrato social como administradores da empresa. Sobre ele, incidem cobranças de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) – com alíquotas que variam conforme a faixa de recebimento, exatamente como nos salários pagos aos funcionários – e de INSS – correspondente a 11% do valor bruto. Por sua vez, os sócios investidores, que não trabalham diretamente na empresa, têm direito apenas ao recebimento de lucros e dividendos, cujos pagamentos podem ser programados em diferentes tipos de períodos (mensal, trimestral, semestral ou anual).

Embora não exista um limite de valor para o pró-labore, os administradores devem fazer uma avaliação justa de suas funções na empresa antes de definir quanto vão receber mensalmente. A pergunta a ser respondida é relativamente simples: quanto a empresa pagaria a um funcionário que tivesse de ser contratado para me substituir durante as férias? A partir dessa avaliação, é possível estabelecer um “salário” compatível com o mercado e que não comprometa o fluxo de caixa.

Contudo, ampliar sua remuneração para além do que seria pago se atuasse como empregado de uma corporação é uma das principais razões que levam os empreendedores a investir em pequenos e médios negócios. Nesse contexto, um pró-labore mensurado apenas pela média do mercado tende a ser insuficiente para dar conta das demandas pessoais dos empresários. Ao chegar a essa conclusão, é importante que os sócios consigam trabalhar com a projeção de lucros, prevendo, por exemplo, recebimentos trimestrais que incrementarão os rendimentos pessoais – mas sem afetar a saúde financeira da empresa. Eis, então, um dos maiores bônus da iniciativa de assumir os riscos associados ao empreendedorismo.

Ocorre que, em praticamente todos os casos, as pequenas empresas demoram algum tempo para conseguir remunerar seus sócios de forma satisfatória. Algumas vezes, não sobra dinheiro nem mesmo para o pagamento do pró-labore dos administradores na fase inicial do projeto. Por isso, o planejamento financeiro e a elaboração de um plano de negócios são tão importantes: ajudam a impedir que o empreendimento naufrague em seus anos iniciais.

Adotar uma solução de gestão financeira para a empresa desde o seu nascimento permite que os administradores possam ter uma visão de longo prazo sobre a geração de receitas e o pagamento de despesas, aumentando a previsibilidade das operações e o controle do fluxo de caixa. Com o apoio dessas ferramentas, torna-se mais fácil dimensionar quanto deve ser provisionado para cobrir os compromissos do próximo mês, incluindo os pró-labores. Se for identificado déficit para o período, os empresários conseguem agir com antecedência para buscar o aumento das receitas ou a redução dos custos.

É importante salientar que o pagamento dos pró-labores deve sempre ser contabilizado no balanço como passivo e declarado aos órgãos competentes. Caso deixem de ser recolhidos o imposto de renda e a contribuição previdenciária sobre esses valores, a empresa pode ser autuada por sonegação fiscal e sofrer diversas penalizações, como o pagamento de multas, além de ser obrigada a fazer os recolhimentos retroativos.

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